As condições de clima e solo proporcionaram o cultivo de um fruto que, até uma década atrás, pouco se ouvia falar no Ceará. Hoje, a pitaya ou fruta-dragão brota no solo de 23 cidades cearenses, totalizando uma produção de 3,1 mil de toneladas em 2024 e, para 2025, a safra estimada é de 3,2 mil de toneladas - Para a Embrapa, os números do fruto exótico no Ceará tendem a crescer nos próximos anos. "O Ceará tem plenas condições e grande potencial de aumentar muito a produção de pitayas", afirma o pesquisador da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro. 44y2q
Faleiro sustenta a sua perspectiva em dois aspectos: tecnologia e características naturais do Estado, já que a pitaya é uma fruta tropical. "As condições de clima e solo do Ceará são adequadas para a pitaya, que é uma fruta tropical e, portanto, exige dias longos e temperaturas acima de 18 °C para induzir gemas reprodutivas, que são as flores".
"E também (o Ceará) tem produtores rurais com alta vocação para a Fruticultura, que exige tecnologia no sistema de produção para frutas com alta produtividade e qualidade", reforça o pesquisador da Embrapa Cerrados.
Variedades - No Ceará, segundo a Embrapa, entre as variedades produzidas estão a BRS Luz do Cerrado (casca vermelha e polpa branca) e BRS Granada do Cerrado, com casca vermelha e polpa roxa. Existem relatos, porém, de variedades produzidas "sem garantia de origem genética, que não são cultivares registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária".
A produção de pitaya está presente em 23 cidades cearenses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará.
Em 2024, as maiores produções, considerando valor bruto da produção (R$), foram em Limoeiro do Norte, Quixeré, Russas e Ipu. A maior parte da produção é irrigada (técnica de irrigação para complementar a hidratação da qual a planta precisa).
Fábio Faleiro explica que, apesar de a pitaya ser oriunda de um cacto, ela responde muito bem à irrigação em todas as fases da cultura. "Em condições de boa fertilidade do solo com o fornecimento de macro e micronutrientes e matéria orgânica, as cultivares lançadas pela Embrapa podem produzir mais de 40 toneladas por hectare".
Estimativa de safra da pitaya no Ceará em 2025 - Produção ocorre em 23 municípios, com destaque para os perímetros irrigados (gráfico do IBGE)
Perímetros irrigados - As cidades com as maiores valores brutos de produção estão nos perímetros irrigados de Russas e Jaguaribe-Apodi. De acordo com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), os números, com destaque para o Jaguaribe-Apodi, "refletem o dinamismo da produção de pitaya nos perímetros irrigados".
Apesar de se desenvolver bem com a irrigação, o presidente da Faec, Amílcar Silveira, destaca que é possível produzir a pitaya sem irrigação. Atualmente, a produção não-irrigada de pitaya está em apenas duas das 23 cidades: Beberibe e Altaneira.
A estimativa de área plantada em 2025 é de 174 hectares, com as maiores produções previstas em Limoeiro do Norte (1,3 mil ton); Quixeré (1,01 mil ton) e Russas (278 ton).
?É uma cultura importante e com bom valor agregado. Apesar de ser uma fruta que se sai melhor com irrigação, é possível produzir sem irrigação e precisamos priorizar frutas que não precisam de irrigação?, detalha Amílcar. Hoje, a produção cearense de pitaya abastece o mercado local e outros estados, com envio de parte da produção para o Sudeste. *Matéria de Ingrid Coelho/Diário do Nordeste ? 14/04/2025.
Veja cidades cearenses que produzem pitaya: Acaraú/Marco/Ibiapina/São Benedito/Ubajara/Viçosa do Ceará/Pacujá/Ipu/Reriutaba/Palmácia/Beberibe/Cascavel/Aquiraz/Maranguape/Ibicuitinga/Jaguaruana/Limoeiro do Norte/Morada Nova/Quixeré/Russas/Pereiro/Campos Sales/Altaneira.
Veja programação do Simpósio da Pitaya, que reunirá a cadeia da fruta em Maringá/PR - 21 a 23 de maio/2025 - Mais: https://www.facebook.com/Appibras