Congresso discute Controle Biológico em Fruticultura
Especialista irá apresentar os principais resultados da pesquisa dos últimos 10 anos nesta área

Técnica de manejo que encontra cada vez mais espaço na pesquisa e também nas lavouras brasileiras, o controle biológico estará entre os temas debatidos no V Congresso Brasileiro de Fitossanidade (Conbraf). O evento com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR irá acontece entre os dias 7 e 9 de agosto, em Curitiba.
No primeiro dia do congresso, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Dori Edson Nava será o responsável pela palestra "Perspectivas do sistema de manejo integrado de moscas das frutas: um caminho para o desenvolvimento sustentável da fruticultura no Brasil", na qual deverá tratar de assuntos relacionados ao atual sistema de monitoramento e controle. Ainda, o especialista irá apresentar os principais resultados da pesquisa dos últimos 10 anos nesta área.
De acordo com o pesquisador, há uma década, a mosca da fruta não era considerada um grande problema, pois havia diversos agroquímicos eficientes à disposição do fruticultor. De lá para cá, o número de produtos foi reduzido drasticamente. "Hoje os produtos disponíveis agem só sobre a fase adulta da mosca, que migra. Então, além de você precisar aplicar mais, é um controle menos eficiente", observa.
Diante deste cenário, o controle biológico - técnica que utiliza outros organismos vivos para o controle de pragas - ganhou força e relevância no manejo da fruticultura. "Este é o primeiro motivo deste trabalho, proporcionar a produtores de maçã, pêssego e ameixa, por exemplo, uma alternativa de controle", afirma o pesquisador. Outro objetivo é reduzir o uso de defensivos químicos, proporcionando mais economia e segurança para os fruticultores. "Não temos a pretensão de eliminar o controle químico. O que queremos é integrar esses métodos no MIP", afirma, referindo-se ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), técnica que alia diversos tipos de controle, entre eles o químico e biológico.
No caso da mosca da fruta, a estratégia da Embrapa é "fabricar" o agente biológico capaz de combater a praga. Pequenas vespas da família Braconidae depositam seus ovos nas larvas da mosca eliminando o hospedeiro neste processo. "Temos um inseto controlando o outro", afirma Nava. Segundo ele, outro foco da pesquisa é o uso de iscas tóxicas para o controle. "Aplicamos um atraente da mosca de fruta e aplicamos inseticida só naquele ponto. Desta forma, quando ela for se alimentar, irá se intoxicar e morrer", explica. Desta forma, não é necessário aplicar o defensivo químico em todo pomar, basta aplicá-lo próximo às iscas/armadilhas.
Serviço: V Conbraf - Data: 7 a 9 de agosto - Local: Centro de Eventos da Fiep - Endereço: Av. Com. Franco, 1341/Jardim Botânico
Informações: www.conbraf2019.com.br
Evento - Para o pesquisador, o V Conbraf representa uma oportunidade ímpar para a troca de conhecimentos e experiências na área de fitossanidade. "Esse evento é importante porque trata da proteção de plantas de uma maneira geral - pragas, plantas daninhas, doenças. Normalmente participamos de eventos mais específicos", compara. *Paraná Portal